limbo: uma abertura em processo (2019)

Em Janeiro de 2020, eu cheguei a primeira escrita sobre o que seria esse processo, eu já estava pensando em trabalhar com muitas cordas, queria tipo.. dez cordas. Montadas em muitas variações, fazer uma cama de gato. Não dei conta, primeiro por não ter aparato para montar dez cordas, segundo porque eu levaria horas para montar, terceiro porém, não por último, eu não teria como transportar.
Vamos dar sequencia para os motivos da minha decisão seguinte: Não conseguiu com dez ? Que tal duas. E sim, duas cordas viraram muita coisa e a partir daí, só sentia que elas me engoliam em cena, fomos mastigando e fui amando corda, não truques na corda, mas bailar corda, dormir corda e acordar corda.
Limbo foi pra isso, eu experienciava minhas primeiras sensações de trabalho isolado na corda, sala de ensaio, considerar tudo no espaço, o próprio espaço para além do aparelho e com ele também, porque eles são outra face da mesma coisa, o circo brinca com a dualidade da cena.
Político ou Entretenimento ? Vou coringar entre os dois, enquanto o circo inventa e desinventa moda, mas isso é entres as brechas, que nem brecha da lona, quando você assiste de fora sem pagar e brinca entre o que deve e o que não deve ser.
Assim, no andamento da pesquisa, fui costurando símbolos que se davam no movimento com corda e entre cordas, como construir um roteiro de ensaio antes da performance ? Descoreografar para abrir sentidos variáveis ? Propor uma organização que improvisa, mas também se monta a cada apresentação, assumidamente.
Esse número foi apresentado duas vezes. Em 2021. Fiquei com as perguntas e depois disso, passei a dizer que eu era de Circo, não só de Circo, mas de circo também.